O PS e a CDU votaram hoje contra novos trabalhos a mais na empreitada de reabilitação e ampliação do Mercado Municipal de Braga, criticando o “regabofe” orçamental e aludindo a uma obra “que não está a correr nada bem”.
Já o presidente da Câmara, Ricardo Rio, eleito pela coligação PSD/CDS/PPM, referiu que os trabalhos a mais ficam a dever-se às “surpresas” inerentes à intervenção num edifício com décadas e lembrou obras do tempo do executivo PS, como a do Theatro Circo, que levou sete anos e que derrapou para “valores desmesuráveis”.
Segundo o vereador da CDU, Carlos Almeida, a obra do mercado já vai com trabalhos a mais num valor superior a 1,3 milhões de euros, devendo ser dada por concluída um ano depois do prazo previsto. “Esta obra não está a correr nada bem”, referiu, sublinhando que “não há explicação” para os trabalhos a mais que hoje foram a votação em reunião do executivo não estarem contemplados no caderno de encargos da obra. Mais contundente foi o vereador do PS Artur Feio, que classificou a obra como um “regabofe” e um “vexame” para o município, que expõe “ao ridículo” os serviços camarários.“É absolutamente inexplicável que uma obra desta natureza tenha derrapagens que já vão ao nível dos tampos de mármore dos WC e da espessura da guarda dos vidros”, criticou.Aludiu ainda à inexistência de separadores dos urinóis, que são obrigatórios no licenciamento. “Ainda vamos em junho, daqui até ao final da obra quantos mais trabalhos a mais virão?”, questionou. Na resposta, Ricardo Rio, para além das “surpresas” que vão surgindo, lembrou que se trata de uma obra “perfeitamente notável”, que constitui uma “enormíssima mais valia” para a cidade. Vincou ainda que desta obra “não ficará qualquer fatura” para os vindouros pagarem. A obra foi consignada, por 4,5 milhões de euros, em 01 de abril de 2019, com conclusão prevista até 31 de janeiro de 2020.
Agora, o novo prazo de conclusão aponta para o final do ano.Na reunião de hoje, a Câmara de Braga aprovou ainda, por unanimidade, a alteração ao Plano Diretor Municipal para a área das Sete Fontes, para viabilizar a construção de um parque ecomonumental. Também por unanimidade, foi aprovado o lançamento de um concurso de ideias para a conceção de um monumento ao antigo arcebispo de Braga Diogo de Sousa, a implantar no Campo da Vinha, na cidade. O executivo aprovou ainda o lançamento do concurso público, por 1,6 milhões de euros, para conclusão do segundo troço da variante do Cávado, que vai permitir a ligação à freguesia de Frossos, numa extensão de 1.134 metros. Esta intervenção inclui igualmente a regularização do Rio Torto, entre a rotunda da Avenida do Estádio e a Estrada Nacional 201.
Autor: Redação