Ensino à distância criou desigualdades, mas pais reconhecem que foi a solução possível
Segundo os resultados de um inquérito feito pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) em maio, a maioria dos docentes (92,9%) considera que os défices que resultarem deste ano letivo devem ser superados no próximo ano, preferencialmente através da integração das matérias que ficaram no próximo ano letivo.
Os representantes dos pais consideram que o modelo de ensino à distância implementado para substituir as aulas presenciais durante a pandemia da covid-19 criou e acentuou desigualdades entre alunos, mas reconhecem que foi a solução possível.
Alunos e professores foram obrigados a trocar as salas de aula pelas suas casas em 16 de março, quando o Governo decidiu suspender todas as atividades letivas presenciais, como forma de conter a propagação do novo coronavírus, e o 3.º período decorreu sempre à distância.
“Foi uma situação de remedeio e, na nossa opinião, entre não fazer nada e fazer aquilo que foi feito, foi preferível assim”, disse à Lusa o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
Ao longo deste período, os encarregados de educação alertaram para diversos constrangimentos criados pelo modelo de ensino à distância, desde as dificuldades de acesso às atividades ‘online’, por falta de equipamentos, às disparidades no trabalho realizado com os alunos.
Apesar dos problemas, o presidente de uma outra organização representativa dos pais, a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção não acredita que este tenha sido um período perdido e elogia o “esforço digno e hercúleo” de todos aqueles que trabalharam para minimizar as desigualdades.