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De novo no Tempo Comum

1. Interrompemos o Tempo Comum, para dar lugar ao ciclo da Quaresma e da Páscoa. E retomámos o mesmo Tempo Comum, após o Tempo Pascal, que termina com a Solenidade do Pentecostes. 2. Estamos, portanto, no tempo mais extenso do ano litúrgico, que nos vai levar até ao sábado a seguir à Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Curiosamente, dos três grandes ciclos litúrgicos, só o Advento-Natal começa ao Domingo. 3. A Quaresma-Páscoa tem início numa quarta-feira (Quarta-Feira de Cinzas). E, como se acabou de ver, o recomeço do Tempo Comum também é a uma segunda-feira: a segunda-feira após o Pentecostes. 4. Quanto ao Tempo Comum, ele tem início igualmente a uma segunda-feira. Como o Tempo de Natal termina na Festa do Baptismo do Senhor, a primeira parte do Tempo Comum arranca na segunda-feira seguinte. Mas se a Solenidade da Epifania cai no dia 8 ou 7 de Janeiro, o Baptismo do Senhor é celebrado na segunda-feira seguinte, 9 ou 8 de Janeiro. Nesse caso, o Tempo Comum é inaugurado na terça-feira subsequente. 5. Esta primeira parte do Tempo Comum vai até à véspera da Quarta-Feira de Cinzas, que abre o Tempo da Quaresma. A cor predominante do Tempo Comum é o verde. No Advento e na Quaresma prevalece o roxo. E no Natal e na Páscoa, avulta o branco. 6. O verde simboliza o ressurgimento da natureza. É, portanto, uma cor que está associada à novidade e, nessa medida, à esperança. Ao celebrarmos a Páscoa em cada Domingo, vamos fortalecendo a esperança na última vinda do Senhor Jesus. 7. O Tempo Comum não é, portanto, um tempo menor. Extensivamente, até é o tempo maior. É, de facto, o período mais longo, estendendo-se por 33 ou 34 semanas. Como não há-de ser um tempo importante se, no Tempo Comum, celebramos um Mistério sempre Incomum? 8. A diferença é que, enquanto no Tempo de Natal damos mais realce ao mistério da Encarnação e no Tempo Pascal ao mistério da Morte e da Ressurreição, no Tempo Comum, damos atenção ao mistério total de Jesus Cristo. O incomum torna-se comum, não no sentido de rotineiro, mas no sentido de constante. 9. Acresce que este é um tempo comum também no sentido de comunitário. Ou seja, é um tempo para, em comunidade, celebrar e testemunhar o Evangelho de Jesus. Não esqueçamos que — além das festas anuais, como o Natal, a Páscoa e os Santos — nós, cristãos, temos uma Festa Semanal: a Páscoa. 10. Com efeito, nunca é demais recordar que, antes da celebração anual, a Páscoa começou a ser celebrada todas as semanas, ao Domingo. Seja qual for a circunstância em que nos encontremos, celebremos — e vivamos sempre — a Páscoa de Jesus!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira
DM

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2 junho 2020