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BE/Braga critica "expulsão" de feirantes do mercado

BE/Braga critica "expulsão" de feirantes do mercado
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Publicado em 25 de maio de 2020, às 23:08

Rio defende-se.

O Bloco de Esquerda (BE) de Braga acusou hoje a Câmara local de “expulsar” os feirantes do mercado municipal e de os “atirar” para a Alameda do Estádio Municipal, “um local desvantajoso e distante” dos seus potenciais clientes. Em comunicado, o BE aponta “a falta de bom senso e a má-fé” do presidente da Câmara, Ricardo Rio, eleito pela coligação do PSD/CDS/PPM, denuncia o seu “complexo” em relação àquele tipo de actividade e diz que o autarca quer terminar “em definitivo” com a venda no centro da cidade. “Um município que não se inibe de massacrar sistematicamente a paisagem urbana com tendas e tendinhas mas que depois não permite que aconteça uma feira no centro da cidade demonstra a pequenez da visão de Ricardo Rio”, acrescenta o comunicado. Contactado, o presidente da Câmara diz que o BE “deveria assumir uma postura menos demagógica e mais responsável”, explicando que os feirantes só foram retirados provisoriamente das imediações do mercado por razões sanitárias decorrentes da pandemia de covid-19. “Ali, é completamente impossível respeitar o distanciamento preconizado pelas autoridades de saúde”, referiu. Ricardo Rio disse ainda que “muitos dos feirantes” foram os primeiros a reconhecerem que ali não havia condições. “Nesta fase de pandemia, e para garantir que os feirantes possam continuar a trabalhar, a Câmara definiu que as feiras seriam no parque de estacionamento do Estádio Municipal. Quando a pandemia passar, os feirantes voltarão, naturalmente, às imediações do mercado”, acrescentou. Em causa estão cerca de 100 feirantes, do ramo do vestuário e calçado, que operam aos sábados e às quintas-feiras. Nas duas últimas feiras, que já se deveriam realizar junto ao estádio, não apareceu qualquer feirante. Já houve uma concentração junto à câmara e ainda um abaixo-assinado a reclamar a realização da feira nas imediações do mercado, mas Ricardo Rio garante que a decisão está tomada. “Quem quiser trabalhar no novo local, trabalha. Quem não quiser, continua parado”, referiu o autarca. O Bloco de Esquerda critica esta postura, considerando que junto ao mercado “é possível adaptar e garantir” o cumprimento das condições de segurança necessárias e das recomendações da Direção-Geral da Saúde. “A falta de alternativa por parte do município só demonstra a inflexibilidade e a falta de vontade em querer resolver uma situação em que tem demonstrado enorme insensibilidade e incapacidade”, lê-se no comunicado do Bloco.  
Autor: Redação / NC