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Celebramos o centésimo primeiro aniversário do Diário do Minho. Oportunidade para pronunciar e conjugar duas palavras: gratidão e desafio.
Gratidão a quantos, no presente ou no passado, o fizeram. Testemunharam muita mestria e talento. Tiveram de ultrapassar muitas tormentas e perplexidades. O jornal nunca traiu a sua missão.
Gratidão, particularmente, aos que o vão fazendo nos tempos conturbados desta era digital. Os enigmas são muitos e as perplexidades acompanham todos os dias. Não basta ser narrador de histórias ou descrever acontecimentos. A objectividade é sempre a norma orientadora. Nesta hora, importa essencialmente ser anunciadores de esperança para a semear no coração e na mente das pessoas.
Mas, não é fácil fazer um jornal de inspiração cristã. Igual a todos os outros mas sempre com algo que o torna diferente na procura da verdade e da justiça. Obrigado, por isso, pelo profissionalismo e competência demonstrados todos os dias mas, particularmente, nestas circunstâncias anormais da pandemia, suscitado por esta omnipresente Covid-19. A cada um testemunho um sincero obrigado.
Obrigado que é para os profissionais: direcção, administração, redacção, comerciais, administrativos, desenhadores, paginadores, impressores, distribuidores e pessoal auxiliar. Este obrigado estende-se também a todos os generosos colaboradores que, voluntariamente, fazem o nosso jornal plural e aberto a pensares diferentes.
Ao longo destes cem anos, o Diário do Minho tem sabido reinventar-se. Exemplo disso é a Revista Minha que completou em Dezembro passado um ano de vida. É sinal que estes cento e um anos nos dão sabedoria e razões para acreditar no futuro.
Com a gratidão surge a necessidade de se acolher um grande desafio que está reservado à comunicação social. São muitas as interrogações e as dificuldades que se fazem sentir sobretudo na imprensa regional. Esta é fundamental para dar ânimo e manter unidas as pessoas mais simples, que vivem dispersas e raramente tem destaque na imprensa nacional. Não podemos desistir porque acreditamos que a informação é fundamental para o bom funcionamento da democracia. Na verdade, as duas realidades são interdependentes: não há democracia sem jornalismo e não há jornalismo sem democracia. O desafio que se coloca à imprensa ultrapassa a dimensão económica e deve ser assumido como uma questão política, social e cultural.
A história centenária do Diário do Minho obriga-nos, enquanto Arquidiocese e jornal, a tornar este projecto sustentável e credível. Cem anos não são uma meta mas um capítulo de uma longa história.
Parabéns! Que este aniversário seja motivo para anunciar a esperança, semeando-a no quotidiano da vida moderna e nos problemas e dificuldades por que todos nós passamos, mas de modo particular os minhotos.
Autor: D. Jorge Ortiga
Anunciar a esperança
DM
15 abril 2020