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Vírus pode sair nas fezes - DGS recomenda reforço de higiene pós-isolamento

Vírus pode sair nas fezes - DGS recomenda reforço de higiene pós-isolamento
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Publicado em 24 de março de 2020, às 12:07

DGS frisa que as pessoas sujeitas a isolamento por causa do novo coronavírus só podem ser libertadas dessa condição depois de não apresentarem quaisquer sintomas e de as amostras do trato respiratório serem negativas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda um reforço da higiene após a saída do isolamento por causa do risco de o vírus sair pelas fezes de doentes em fase de convalescença, particularmente nas crianças. “Devido à crescente evidência de excreção do vírus através das fezes de doentes em fase de convalescença, particularmente nas crianças, recomenda-se um reforço da higiene pessoal após libertação do isolamento”, aconselha a DGS, numa orientação publicada no site. Na mesma orientação, dirigida aos profissionais do sistema de saúde, a DGS diz ainda que as pessoas sujeitas a isolamento por causa do novo coronavírus só podem ser libertadas dessa condição depois de não apresentarem quaisquer sintomas e de as amostras do trato respiratório serem negativas. Na nota, a autoridade de saúde explica ainda que os critérios para a declaração completa da eliminação do vírus e resolução da doença Covid-19 implicam pelo menos duas amostras negativas do trato respiratório superior, colhidas com um intervalo de 24 horas. Em doentes que apresentaram sintomas, a colheita das duas amostras deve ser feita pelo menos três dias depois passar a febre (ou outra sintomatologia), pelo menos sete dias após o começo dos sintomas iniciais. Em doentes que apresentaram teste inicial positivo, mas não tiveram sintomas, devem ser colhidas duas amostras (com intervalo de 24 horas) no mínimo 14 dias após o resultado laboratorial positivo inicial. Nesta orientação, a DGS recomenda que sejam colhidas também amostras do trato respiratório inferior em doentes com doença mais grave. “Uma única amostra do trato respiratório superior pode não excluir a infeção, sendo preferível o envio de duas amostras respiratórias de locais diferentes”, reforça a autoridade de saúde. Em idade pediátrica, deve ser feita uma colheita de amostra na nasofaringe e outra na orofaringe, não tocando na língua. Em doentes sobreviventes, a DGS aconselha a considerar a colheita e conservação de duas amostras de soro (sangue) - fase aguda e de convalescença - para permitir o estudo imunitário retrospetivo. Em doentes falecidos, se a autópsia for necessária, a DGS recomenda a análise de amostras respiratórias e material de autópsia, incluindo material de tecido pulmonar. Nesta orientação, a DGS informa que todas as amostras duvidosas ou que necessitem de análise complementar devem ser enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infecciosas, do INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge). Para além da confirmação de casos de infeção pelo SARS-CoV-2, “a integração da análise genómica do novo coronavírus com a informação epidemiológica e clínica dos casos de COVID-19 é crítica para o estudo e controlo da transmissão do vírus na comunidade, monitorização da doença e de marcadores genómicos associados à gravidade da doença”, indica.
Autor: Redação/Lusa