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Ponto por ponto

Decorreu, há dias, em Viana do Castelo o 38.º Congresso do PSD, onde o ponto fundamental em discussão prendeu-se com a clarificação da liderança de Rui Rio.

Ponto um - Perante os resultados do congresso, bem explícitos e incontestáveis, nada haverá mais para acrescentar às várias propostas apresentadas e discutidas pelos órgãos do partido. Agora, sem fricções, e sem fracções, sem revanchismos e num ambiente de concórdia e de aceitação, é tempo das lutas internas no PSD terminarem de vez. Há que preparar, sim, o partido para os combates políticos que se avizinham, sendo o primeiro já em 2021 com as autárquicas. É possível e desejável retirar a esquerda paralisante e retrógrada do poder.

Ponto dois - Gente inteligente, gente moderada e gente consciente do valor intelectual e da intervenção sócio-política do partido, que foi o principal impulsionador das reformas que se fizeram no país ao longo dos tempos, intermediada com uma acção decisiva e corajosa no resgate financeiro de 2011, tem que assumir com verticalidade e arrojo a reconstrução do modelo político pluralista, moderado e abrangente, que nos pertencia, que agora ansiamos e que muito bem caracteriza as sociedades desenvolvidas da Europa. Há, no momento político português, muita contaminação ideológica extremista que vai tentando restringir metodicamente as liberdades, impondo um modelo opressor baseado nos medos das palavras, nos gestos, nas atitudes e nos comportamentos. Portugal anda perdido nos racismos, nas xenofobias, nas tretas neo-liberais, nas direitas malignas e nas abençoadas esquerdas, em patetices de monta variada que só nos conduz para a tontice e para a crispação social. O país não precisa, de modo nenhum, de procurar nas ideologias de esquerda, tipo Venezuela, dos socialismos soviéticos ou dos socialismos das bancarrotas, inspirações ou imagens para criar ou desenvolver políticas que estejam em linha com o progresso e o bem-estar individual, como acontece nos países ocidentais. Somos um país de matriz ocidental, pluralista, tolerante e livre.

Ponto três - É neste foco difuso e oscilante que, de facto, existe no espectro político nacional que o PSD deveria e deverá canalizar e concentrar as suas energias e preocupações para retirar espaços de intervenção social e cultural a estas ideologias radicalizadas que visam adestrar mentes, cativar anseios e reduzir vontades. A democracia é um espaço de liberdade, de ideias plurais e de progresso. A esquerda do poder é cínica e também retrógrada. É um empecilho.Tenta iludir, com palavras mansas, as pessoas com medidas de combate à pobreza, de inclusão social, de igualdade de oportunidades e de justiça, quando na realidade e nos países onde essa esquerda se inspira e onde domina o que mais existe é pobreza, exclusão social e clientelismo. É por isso que essa linha política demagógica, estatista, não pode ter hipóteses de medrar. Os partidos da extrema-direita estão a surgir em força nos palcos políticos da Europa por culpa da demagogia, da mentira e dos vendedores de ilusões. São eles os motores dos partidos radicais. São eles que lhes abrem caminho e fomentam o desconforto social e a revolta psicológica. São eles que, com políticas vazias a tresandar a corrupção e a compadrio, activam as franjas de uma sociedade que se auto-exclui e que, depois por descontentamento, engrossa as fileiras do radicalismo político.

Ponto quatro - Rui Rio conquistou por direito próprio e por afirmação política o lugar cimeiro no PSD. Está na oposição hoje, é verdade, mas tem tudo ao seu dispor para conseguir impor-se como líder de um governo que se quer reformista, arrojado e rigoroso para criar as condições favoráveis ao desenvolvimento sustentado. Rui Rio sabe e conhece bem esse caminho. Um caminho com duas vertentes distintas, mas bem entrosadas para se conseguirem óptimos resultados económicos e sociais. A iniciativa privada e o sector público. É preciso que se respeite a liberdade de escolha do cidadão na Educação, na Saúde, na Segurança Social. É preciso que se respeito as opções de consciência de cada um e que o aborto e a eutanásia não deveriam, nem podem figurar como armas de arremesso e de combate político. A vida e a morte não pode estar na mão de decretos ou de uma esquerda jacobina e anti-família.

O PSD tem que defender a vida, a liberdade individual e o respeito pela qualidade do cidadão. Vamos a isso, Rui Rio!


Autor: Armindo Oliveira
DM

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16 fevereiro 2020