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Os multiculturalismos de ontem e os de hoje

As diferenças religiosas e culturais são as que mais se diferenciam entre si e que mais tensão criam entre diferentes povos. A diversidade cultural sempre acompanhou a história da humanidade. Antigamente, como hoje, as populações viveram de forma natural o “Multiculturalismo”. Em Leiria, medieval, coexistiram mourarias, conventos cristãos e judiarias. O ódio entre religiões só existiu (e existe) devido aos governos e “mandões guerreiros” da época, sempre no seu interesse económico e no de suas famílias, muitas vezes associado a uma ambição de “Poder”; isto é, a loucura por “um Posso, Mando e Quero”. Mas tudo é reduzido a cinzas em poucos anos. São os 7 pecados mortais (a Gula; a Avareza; a Luxúria ; a Ira; a Inveja; a Vaidade), exacerbados nalguns dos mortais. Contra estes 7 pecados mortais há 7 virtudes (Humildade; Generosidade; Caridade; Mansidão; Castidade; Temperança; Diligência) que deveriam ser usadas não só por católicos, como por todos os humanos de outras religiões. Porém, a “História” de hoje, muito mais que a de ontem, mostra que, para sofrimento de todos, que isso não é, nem foi assim. Todavia, é bom notar que os portugueses, apesar dos governos que tiveram (e têm) foram sempre os melhores do mundo no aspecto de “fusão” de culturas. Sim, porque, o melhor dos multiculturalismos é a “fusão” de culturas. Veja-se o que se passa no Brasil, em Moçambique, em Angola, em Goa, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. Em Moçambique, a minha esposa, médica, prestava assistência gratuita, “ao domicílio” a populações de qualquer cor e religião. Em troca, nos dias de festividade muçulmana, pessoas amigas vinham a nossa casa oferecer-nos uns pratos com um arroz muito amarelo (com açafrão). Nós, por cortesia, agradecíamos, mas não comíamos, porque era fortemente amargo. Nesses tempos, em todo o Moçambique, havia igrejas cristãs bem perto de mesquitas, mas nunca presenciei quaisquer “guerras” entre as comunidades que professavam a Religião Cristã e as comunidades que professavam a Religião Muçulmana. Ontem (como Hoje) bem se sabe que não pode haver casamento entre um a homem cristão e uma mulher muçulmana, pois segundo as leis muçulmanas, era (é) indispensável que, nesse caso, o potencial noivo terá antes de mudar o nome cristão que tem para um nome muçulmano. E os filhos que nascerem têm de ter também nomes muçulmanos. E toda a família tem de professar a Religião Muçulmana. Para piorar a situação, são os pais, muçulmanos, que escolhem o noivo para a filha que têm, quando ela ainda é jovem. Sabemos os dramas que esta regra muçulmana tem provocado no Paquistão e noutros países muçulmanos. Não é menos trágica a situação quando um árabe tem um harém com uma dúzia de concubinas. Cada concubina é apenas uma “serva” do seu “Senhor”: serve para ter filhos dele e fazer todos os trabalhos caseiros. Quando criança, é-lhe retirado o clitóris, para não ter prazer nas relações sexuais. Sabemos os dramas que esta regra muçulmana tem provocado na Guiné-Bissau onde essa ablação é feita (às escondidas das autoridades) por curandeiras com lâminas de barba, que muita vezes provocam a morte da criança.

Todos os príncipes da Arábia Saudita têm o seu harém com várias concubinas. Posso testemunhar que, para esse efeito, mandam emissários, por exº a Inharrime, onde as donzelas são as mais belas de Moçambique, e convidam os pais delas a deixarem-nas ir para serem concubinas desses príncipes, a troco de uma mensalidade que esses senhores lhes mandam entregar. Como essas famílias, em geral, são muito pobres aceitam esta forma odiosa de escravatura.

No caso de casamento entre um a homem cristão e uma mulher chinesa, não existe qualquer dificuldade: António Pereira pode casar com Liang Mei por registo civil ou por igreja cristã. O filho que nascer pode chamar-se José Mei Pereira e pode ser baptizado numa igreja cristã ou não pertencer a qualquer religião.

Como se sabe, os muçulmanos pouco podem comer durante o Ramadan: antes da oração da manhã podem dejejuar com as bebidas normais simples em pequena quantidade.

Assim acontece nas outras duas refeições. A duração do Ramadan é de um mês. Quando fui a um congresso no Cairo um taxista muçulmano levou-me a Alexandria em visita. Aí almocei uma refeição normal num restaurante e ofereci almoço ao motorista que recusou, dizendo que só às 15h00 terminava o Ramadan. Na volta, a meio do caminho, quando eram umas 15h00, o taxista parou o veículo e dirigiu-se para um grupo que, à margem, comia uma refeição. Claro que o grupo o recebeu com agrado e o convidou a comer. Ele chamou-me e também me ofereceram comida. Agradeci a gentileza, mas disse que tínhamos almoçado há pouco, não podíamos comer mais.

Cada povo tem a sua maneira de ser e estar no Mundo. Tudo isso deve ser respeitado, em sã convivência. Compete às autoridades apenas evitar crimes, tais com a mutilação do clitoris de meninas, atrás referido. Mas, os DDT (Donos do Mundo), mais hoje que ontem, na União Europa, nos EUA, na Arábia “Maldita” e no Irão, tramam o bem estar dos seus súbditos.


Autor: J. Barreiros Martins
DM

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11 dezembro 2019