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Ataques políticos contra Braga soam colonialistas

Embora seja natural do Porto, conheço as origens da presente Braga e da Braga bimilenar. Com 1 mês de vida fui viver para Braga e fui baptizado no Santuário de Nossa Senhora do Sameiro. Estudei na Primária na Escola Calouste Gulbenkian, na Escola André Soares e no Liceu no Dª Maria II. Fui atleta federado em diversos clubes como o GDAS no Basquetebol ou o Voleibol na Grundig, onde também fiz atletismo.

Pratiquei Futebol no Braga, Andebol no ABC e Kung-Fu num Ginásio bracarense. No Porto fiz Karaté. Depois fui estudar para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra durante 5 anos, repartindo-me por Braga e Porto. Aí fiz e deixei muitos amigos e conhecidos. E assim fui formando o meu direito fundamental – de todo o ser humano –, ao livre desenvolvimento da personalidade.

Em Coimbra pratiquei Basquetebol e Rugby, «um jogo de brutos jogado por cavalheiros». Não tenho nada de pessoal contra o Porto, ou Lisboa, de onde aliás o meu Pai é natural, tendo por volta dos 30 anos vindo viver para Braga, Cidade na qual residiu e viveu até aos 79 anos.

Nada contra Coimbra. Na Universidade de Coimbra encontrei colegas e amigos de todas as classes sociais, provenientes de todos os lugares de Portugal e também Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Princípe, Timor-Leste, etc..

Entre eles, sem dúvida, alguns filhos da elite portuguesa. Frequentei Repúblicas e Fóruns Monárquicos, fui membro de facto e extremamente activo da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, estando envolvido na organização de 5 mega-manifestações nacionais em frente à Assembleia da República contra a existência de propinas no Ensino Superior Público: art. 74º/2, al. e) da Constituição.

Posição que mantenho com convicção, sem prejuízo da existência de Bolsas e Residências. O Ensino, no seio do Estado de Direito Democrático Social, sem censuras políticas e ditatoriais balofas, é o melhor investimento no próprio país. Mais tarde tive uma profunda formação na Universidade Católica no Porto durante o Mestrado, assim como na Universidade de Coimbra para onde retornei e concretizei o Doutoramento também pré-Tratado de Bolonha.

Aí encontrei portas abertas para o mundo sobretudo por meio dum colega hoje prestigiado professor criminalista e descendente de indígenas americanos e portugueses, o qual me conduziu a um descendente de Bracarenses emigrados no Brasil que, sendo também ex-professor, é um dos maiores editores do mundo. Destes múltiplos conhecimentos, nomeadamente portugueses, encontrei sempre muito paternalismo e maternalismo em relação à Região de Braga. Como se esta não soubesse se auto-governar também sem corrupção, sem sinais de riqueza exteriores.

Os ataques políticos contra a excelente Gestão e o Município bracarenses, fazendo trocadilhos com a consciência do ilícito (art. 17º Código Penal) são tendenciosos com toda a nitidez e partem de fontes totalmente falsas e cobardes. Servindo por certo para esquecer a famosa (e ultra lenta) “Operação Marquês” ou os 25 mil milhões de € que foram transferidos para salvar bancos, alguns dos quais envolvidos em corrupção, os milhares de milhões de € roubados ao Povo Português para as PPP’s rodoviárias ou outros tantos de desvios de fundos europeus desviados no Norte de Portugal para regiões mais ricas, não esquecendo os contratos-swap ou as rendas para electricidade, endividando as futuras gerações lusas.

E as crescentes comissões bancárias ou a diminuição do poder de compra acentuado? Urge a descentralização ou regionalização de Direito e democrática e social fiscalizada. O Povo de Braga e do Minho, no qual me incluo, não recebe lições de nenhuma outra terra do país.

O Povo da Região de Braga deve pois ir votar nas próximas eleições com convicção, por Braga, contra as tentativas ditatoriais, saloias e anti-democráticas provenientes sobretudo de Lisboa. Basta de “Lisboa é Portugal e o resto é paisagem”. É hora de parar a contínua menorização de Braga e do Minho.


Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira
DM

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27 setembro 2019