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A solidariedade e o Estado

Quando os políticos falam sobre o Terceiro Setor pretendem geralmente referir-se a organizações ligadas à economia social, abrangendo, Cooperativas, Mutualidades, Misericórdias, IPSS, Fundações, Associações com fins altruísticos de inegável utilidade pública, relevantes para a comunidade, quer pela missão e serviços que prestam quer pela relevância e importância assumidas no contexto social, nomeadamente enquanto empregadores.

Podíamos falar em incumbências Constitucionais do Estado, como alargar os horizontes de análise perante um imenso conjunto de diplomas e normas que pretendem tudo resolver, planear, disciplinar, organizar, cooperar, enfim regrar as atividades das instituições.

No caso das IPSS, a questão é porém bem difícil de gerir, quando as despesas correntes cresceram e os "rendimentos" não acompanharam a evolução, concretamente quando a despesa em vencimentos seja superior a 60% com tendência a aumentar, por exemplo, sempre que o enquadramento legal dos trabalhadores a isso obrigue. Por outro lado, não é fácil aumentar verbas num setor onde a prestação desses serviços é a principal fonte de rendimento, quer por apoio da Segurança Social, quer por pagamento desses serviços pelos clientes/utentes dessas instituições.

Quem analisar as contas anuais, facilmente conclui pelas dificuldades sentidas neste setor, onde sempre surgem novas despesas de manutenção ou mesmo despesas resultantes de relatórios e recomendações de quem fiscaliza.

Não é pois tarefa fácil gerir hoje uma Instituição, dependendo contudo do volume e variedade e qualidade dos serviços prestados. Perante isto, compete à comunidade participar na solução dos problemas e mesmo os colaboradores, que devem acompanhar a atividade na instituição, sendo parte importante na resolução dos problemas, sugerindo e dando ideias para vencer desafios. Cada vez mais as instituições sociais necessitam da vontade de todos, da colaboração e da procura de soluções para caminhar e garantir os objetivos que sempre visam.

Creio ser importante nas comunidades entenderem a importância "nomeadamente" das IPSS na vida das pessoas e não apenas daquelas que recorrem aos seus serviços, da mesma forma que as Direções têm de ser rigorosas nas funções e processo de gestão, dando particular relevância no Planear; Organizar; Dirigir e Avaliar da Instituição.


Autor: J. Carlos Queiroz
DM

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6 setembro 2019