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Estará a humanidade a ser humana?

Afinal, que estamos a fazer à humanidade?

O afastamento de Deus não tem trazido um acréscimo de humanidade ao mundo.

Mas como se isso não bastasse, nem muitos dos que trazem Deus nos lábios se mostram especialmente humanos nas atitudes.

Acharão que, procedendo assim, estão a tributar a honra devida a Deus?

Sabendo que somos todos filhos do mesmo – e divino – Pai, porque esquecemos que, por esse facto, somos todos irmãos?

Efectivamente, parte o coração ver dirigentes de determinados países – com símbolos cristãos na mão – a defenderem medidas que contrariam frontalmente os mais elementares preceitos de Cristo.

Como é possível agir criminalmente contra quem só pretende contribuir para que muitas vidas se salvem?

Em nome de que mandamento se aceita que percam a vida aqueles que – tão somente – querem melhorar a sua vida?

Haverá alguma legalidade que esteja acima da humanidade?

Será admissível uma legalidade que não respeite a humanidade?

Que pensar daquelas imagens que mostram pai e filha afogados? Atropelados pelas águas, Óscar e Valéria jazem sem vida quando iam à procura de uma vida melhor.

A menina só tinha um ano e 11 meses. Os dois morreram quando atravessavam o rio Bravo, que liga Ciudad Juárez (no México) a El Paso (nos Estados Unidos).

Tão triste notícia, esta. Tão trágico momento, o que vivemos. Que podemos fazer?

Basta de desumanidade! Que – de uma vez para sempre – o mundo aprenda a ser mundo. E que a humanidade não se esqueça de ser humana!

É inegável que cabe ao Estado regular o que tem de ser regulado.

Mas nenhuma legislação pode estar acima do que está primeiro: a dignidade da pessoa humana.

Qualquer crente deve ter presente que, antes de os Estados Unidos pertencerem aos norte-americanos ou antes de Portugal pertencer aos portugueses, toda a terra foi entregue por Deus a todos os homens (cf. Gén 1, 28)!

Não basta encher os lábios com a palavra «Deus». É fundamental encher a vida com o projecto de Deus.

São já muitos os irmãos nossos que estão em perigo. Quem acredita que Deus é «Pai nosso» – e não apenas «Pai meu» – tem de perceber que cada ser humano é um irmão seu.

Enquanto tal não acontecer, nenhum descanso pode haver. Quando começará a ser humana a humanidade?


Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira
DM

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2 julho 2019