twitter

Homens e mulheres juntos na luta contra desigualdades

Homens e mulheres juntos na luta contra desigualdades
Fotografia

Publicado em 09 de março de 2017, às 14:37

Campanha de sensibilização para a violação dos direitos das mulheres decorreu no "coração" de Braga

A iniciativa teve como ponto de partida a comemoração do "Dia Internacional da Mulher" e juntou vários dirigentes da União dos Sindicatos de Braga, a Comissão Igualdade Mulheres e Homens  (CIMH)da CGTP e o Movimento Democrático das Mulheres (MDM) numa ação de sensibilização da comunidade bracarense para os atropelos diários aos direitos das mulheres. A ação foi considerada da «maior pertinência» por Maria José Miranda, da CIMH.

«Depois de 40 anos  [da consagração da igualdade entre homens e mulheres], o dia 8 de março mantém relevância nacional e internacional, embora surja, muitas vezes, desligado da sua origem histórica e da importância do papel, da participação e da luta das mulheres trabalhadoras pelo fim da discriminação e desigualdades a que ainda estão sujeitas», disse a responsável da secção distrital de Braga da Comissão Igualdade Mulheres e Homens.

Maria José Miranda elencou «a grande diferença salarial» entre homens e mulheres, os fenómenos de «assédio no local de trabalho» e «a violência doméstica» como as principais fontes de desigualdade.

«Os estudos mais recentes revelam que os homens ganham mais de 21 por cento que as mulheres pelo mesmo trabalho», acrescentou, apontando ainda para «a grande falta de mulheres nos lugares de chefia».

A responsável insurgiu-se também contra «o assédio e a tortura psicológica que são feitos no local de trabalho sobre as mulheres.

Valendo-se de um estudo recente sobre a realidade nacional, Maria José Miranda deu conta que mais de 850 mil pessoas já foram assediadas moralmente no emprego e cerca de 650 mil foram vítimas de assédio sexual».

«E as mulheres são as principais vítimas», acentuou, dando ainda conta que é também entre o sexo feminino que se regista «o maior número de casos de emprego precário».

Na linha da responsável da Comissão Igualdade Mulheres e Homens foi também Inês Fontinha, do Movimento Democrático das Mulheres. A socióloga sublinha que o reconhecimento, em 1977, pela Organização das Nações Unidas, da igualdade entre homens e mulheres está longe de ter correspondência real.

«É, por isso, que estou aqui em Braga para deixar bem claro que as mulheres não são menos que os homens. Ao contrário do que afirmou o eurodeputado polaco [Janusz Korwin-Mikke], não são mais fracas, não são mais pequenas e não são menos inteligentes que os homens e merecem ganhar tanto como os homens porque são tão capazes e competentes quanto os homens», disse.

Reconhecendo que «houve uma grande evolução» desde que a ONU consagrou no calendário mundial o "Dia da Mulher", a criadora de "O Ninho" deu conta que a humanidade «ganharia muito mais» se fossem reconhecidos às mulheres os mesmos direitos e atribuídas as mesmas responsabilidades que ainda se negam ao sexo feminino.        


Autor: Joaquim Martins Fernandes