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Nomeações imperpétuas…

Qualquer munícipe bracarense percebe que as festas sanjoaninas de Braga se caracterizame por um evento estrutural e supervisionado pela Câmara Municipal, em parceria com outras entidades económicas e sociais.

Para este ancestral festejo, o município nomeia uma Associação de Festas do S. João de Braga, geralmente composta por um presidente, órgãos sociais e voluntariado, atribuindo a esta Associação todas a responsabilidade na programação organizativa e gestão financeira.

A continuidade dos nomeados pode efectivamente ser mantida ou alterada, de acordo com a entidade nomeante, sem deveres ou obrigações de justificar decisões ou palmilhar esclarecimentos ou vontades alheias ao seu expediente no uso das suas competências.

A recente cessação do presidente da Associação de Festas de S. João de Braga (AFSJB), e a debandada solidária dos seus órgãos sociais, tem causado na opinião pública especulação e oportunismo desapropriado da oposição à autarquia bracarense, nomeadamente, quando um vereador de um determinado partido, sem mais nada na “manga”, questiona o presidente da edilidade sobre os os motivos do “afastamento” do então líder da AFSJB.

Apesar de todas as mazelas financeiras, é notável que o município de Braga carece de uma oposição dinâmica, com cariz desafiante de conteúdos de interesse para a cidade e concelho, determinada na sua verdadeira acepção do seu desempenho em matérias sérias e relevantes, sem perder tempo com ninharias ou miudezas em questões alocadas a quem tem todas as aptidões para exercer qualitativamente funções que lhe são legalmente conferidas.

A notabilidade da oposição autárquica bracarense, desesperada pela sua actividade amorfa, procura mecanismos superficiais ao trazer para a “praça pública” uma pobre colecta de assuntos irrisórios, potencialmente um chamariz com enfeites de péssima qualidade, tentando denegrir os méritos do trabalho municipal e os elevados padrões de satisfação reconhecidos pela comunidade.

Inegável e enaltecido o trabalho pela AFSJB, desenvolvido nestes últimos três anos, embora se presenciasse alguns motivos de reparo, nalguns casos repetitivos, incoerentes e controversos, como foi o caso caricato da “corrida do porco preto” incompreendida e repudiada pelos defensores dos direitos dos animais, a deslocação desproporcional das Cascatas de S. João para uma grande superfície comercial, situado na periferia do centro da cidade, a deficitária logística da higienização pública e os excessivos postos de venda de cerveja espalhados pelas principais artérias da zona histórica da cidade, a colocação da imagem do S. João no fontanário da Praça José Veiga, num período sazonal de calor agreste, impedindo-a de funcionar, como “um ar da sua graça” propenso a um cenário da maior frescura.

Dizer publicamente que a cessação do então presidente da Associação de Festas de São João de Braga foi vítima de “saneamento político” por Ricardo Rio, e “provocando uma onda de indignação no concelho”, é surreal e hilariante.

As nomeações para a indigitação destes cargos não são perpétuas ou vinculativas. As mudanças são saudáveis e necessárias quando oportunas, quebram condutas de vício e promovem inovações de ideias, renovação de critérios plausíveis de melhoramentos no cômputo organizacional.

Resta desejar à nova equipa da Associação das Festas de São João de Braga os maiores êxitos em prol da manutenção de uma das maiores romarias populares de Portugal, uma alavanca consubstanciada do orgulho dos bracarenses como um ex-libris da cidade intocável nas suas tradições e costumes.


Autor: Albino Gonçalves
DM

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4 março 2019