twitter

Que critérios e qualidades gerais definem os bons líderes?

Apesar da existência de uma profusão de literatura sobre as caraterísticas do bom líder, não se vê um grande número de pessoas competentes no desempenho de muitos cargos nas sociedades atuais. Acresce ainda que proliferam os fóruns, os seminários e as ações de formação nesta área, mas os resultados palpáveis estão muito aquém do desejável.

Claro que, por um lado, ninguém dá o que não tem e, por outro, muitas pessoas, candidatas a esses cargos, não sentem vontade ou interesse, nem apetências adequadamente desenvolvidas para poderem adquirir as competências minimamente exigíveis. Com este contexto de cultura profissional, não admira que continue a proliferar a incompetência geral.

A formação distorcida da personalidade e do caráter das pessoas leva necessariamente à existência de fracos líderes em muitos setores da vida social. Por isso, o seu desempenho nunca ultrapassa o nível da mediocridade.

Aliás, enquanto os gestores e governantes se orientarem pelos interesses particulares, partidários ou estiverem mergulhados num ambiente social de corrupção generalizada e de falta de respeito pelos direitos do povo, nunca haverá boa governação nem um desenvolvimento positivo constante da sociedade. A mediocridade de liderança torna o sucesso mais difícil de trabalhar do que o fracasso.

Neste estado de coisas, o prestígio e a credibilidade das instituições será sempre uma miragem do oásis que se parece ver, mas que nunca se alcançará. Enquanto os responsáveis pelo destino das comunidades não considerarem o outro como um ser humano igual a si próprios, possuidor dos mesmos direitos, a justiça social e o êxito ideal da sua ação nunca serão conseguidos.

Os bons líderes admitem e corrigem os erros e, muitas vezes, até os previnem. Quando o líder não tem a humildade de reconhecer as suas falhas e se refugia no orgulho do poder está a envenenar o cargo que desempenha; perde a capacidade de defesa e de se inventar; não vislumbra os lacunas intelectuais que o minam.

O grande erro dos governantes que conseguem uma fase de crescimento para o seu país é a cedência à tentação de adormecer sob a sombra da bananeira e entrar num estado de euforia. Os políticos medíocres pensam a sociedade enquanto estão ou pensam estar no poder; os políticos competentes pensam a sociedade para os próximos cinquenta anos.

Nos gestores medianos, que trabalham para curtos espaços temporais, a sua mente tende a criar vícios de leitura na memória, levando-os a pensar sempre da mesma maneira, a interpretar os factos a partir dos mesmos critérios e a reagir aos eventos do mesmo modo.

São muitos os executivos que, ao tomar a palavra, veem os seus colaboradores a bocejar, ainda que discretamente, uma vez que já conhecem de cor e salteado as ideias e o timbre de voz do chefe e as pressões que irão aguentar.

Ao invés, os bons líderes fazem autoavaliações frequentes e testam a sua credibilidade para saber melhorar os métodos e os critérios que vêm utilizando. Agindo assim serão uns bons profissionais, garantindo o sucesso ao longo da vida.


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

DM

14 fevereiro 2019