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Os equívocos que levam o homem para o engodo das falsas felicidades

Nos tempos que correm, o número de pessoas que dá excessiva liberdade aos seus xucros impulsos tem aumentado assustadoramente como as ervas nocivas. Se estas não forem controladas atempadamente acabarão por dominar as searas que tanta falta fazem para a subsistência mínima de uma grande parte da humanidade que, infelizmente, dela se encontra privada.

O controlo das nossas disposições anímicas e das nossas paixões desregradas é cada vez mais relevante, pois dele depende o nosso desenvolvimento harmonioso e sadio.

O homem de crescimento desordenado torna-se muito perigoso, tanto para si, como para os outros. É assim que nascem os ditadores, os prepotentes, os violentos, os corruptos desalmados e os grandes desonestos. Esses grupos humanos apenas pensam em dizimar os outros, nomeadamente as classes mais desfavorecidas.

Através da mentira ou de falsas expetativas, eles vergam os outros aos seus caprichos e às suas ideologias que são caraterísticas de mentes distorcidas e mórbidas.

E assim, se vão sucedendo as perseguições aos seus opositores, as vinganças pessoais, as violações arbitrárias dos direitos dos outros ou da justiça social e todo um conjunto de atrocidades desumanas. Em nome da defesa da moralidade, da igualdade de oportunidades, da liberdade e da democracia, eles lá vão levando a “água ao seu moinho”.

As referências aos valores espirituais estão igualmente a ser menorizadas nas sociedades ocidentais. É imperioso que os grandes responsáveis arrepiem caminho e abram as consciências, passando a defender, de facto, a justiça, a lealdade e a transparência, contribuindo, assim e realmente, para o bem-estar dos povos. Só com estas políticas é que os governos promoverão o bem comum das comunidades.

Uma grande fatia do mundo humano está doente no seu todo, mas, de um modo especial, no foro mental. É aqui que se encontra a verdadeira causa da cultura predominantemente materialista e amoral que não corresponde às necessidades e aos anseios mais profundos da pessoa humana.

Enquanto se desprezarem os valores realmente humanos, as sociedades continuarão a violar sistematicamente os direitos mais elementares das pessoas e, assim, o fosso entre governantes e governados ou entre ricos e pobres será cada vez maior. O nosso espírito, na sua união substancial com a corporalidade, forma um só ser, íntegro e inviolável.

Os valores espirituais trazem-nos a paz e a verdadeira felicidade de viver. Só os desvios abusivos desta harmonia podem defraudar a existência do homem neste mundo terreno.

As teorias ideológicas do ateísmo, do agnosticismo, do materialismo e do laicismo enganam os seus próprios seguidores, podendo arrastá-los para um estado de felicidade meramente ilusória que os conduzirá a um vazio perigoso e desconfortante. O homem deve ir buscar à sua natureza a imaginação ordenada que puder, pois trata-se de um campo onde ainda há muito a colher.

Deve igualmente experimentar as fontes inesgotáveis que poder atingir através da investigação científica e tecnológica. Mas, como o homem foi feito para Deus, continua a haver nele a necessidade de procura desse mesmo Deus para com Ele comungar de um modo infindável.

Só assim viverá na sua autenticidade. Tudo o mais é efémero e ficará sem sentido e sem significado.


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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7 fevereiro 2019