twitter

Pluralismo, Liberdade e Democracia

Entende-se por “pluralismo” o reconhecimento de que num sistema político podem coexistir «grupos ou organismos diferentes e independentes em matéria de gestão ou de representação» (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, em linha).

Cabe aos grupos ou organismos dentro de um partido procurar conhecer aprofundadamente, através do estudo, reflexão e debate, um conjunto de temáticas que permitam estabelecer, aquelas que, numa determinada perspectiva, são as melhores respostas ou soluções para as questões que afectam a vida concreta das pessoas.

Todo este trabalho, essencialmente voluntário e sem remuneração, é útil para os partidos dentro dos quais se desenvolve, na medida que permite dotar os dirigentes políticos com conhecimento e argumentos estruturados, que lhes permite, depois, no confronto político com os restantes partidos, melhor defender as posições mais consentâneas com a sua matriz doutrinária ou ideológica.

Os partidos, individualmente, não têm porque ter a pretensão de representarem o universo social, o todo da sociedade, mas apenas uma parte. Daí a designação de “partido”, isto é “parte de”. O que sucede, por vezes, é que, na ânsia de alargar a base eleitoral, são táctica e oportunisticamente relegados para segundo plano os factores identitários do partido, esbatendo-se as suas diferenças relativamente aos restantes adversários políticos.

Ora, sucede que, quando surge um novo grupo, formal ou informal, dentro de um partido, em geral, este é alvo de desconfiança e ostracização por parte dos restantes grupos e, em particular, do grupo dominante, que detém transitoriamente o poder. Em política, recorde-se, todo o poder é transitório. Que não haja qualquer dúvida quanto a isto! Embora haja quem pareça, por vezes, querer ignorar esta evidência.

Em Portugal, os ditos grupos, clubes, tendências ou correntes de opinião, não têm tido especial influência sobre as decisões estratégicas dos partidos, uma vez que as equipas dirigentes acabam por se fechar sobre si próprias, numa estratégia, compreensível, de manutenção do poder, no curto-prazo, mas ineficaz, no médio-prazo, na medida em que, não só não consegue congregar as melhores pessoas, as mais capazes, como as afasta, como, por outro lado, impede o surgimento das melhores soluções e dos melhores argumentos políticos.

A tentativa de esvaziamento dos grupos resulta numa menor diversidade de soluções e de uma menor representatividade política das diversas sensibilidades do eleitorado que se encontra, doutrinaria ou ideologicamente, mais próximo. Essa falta de representatividade, traduz-se, naturalmente, na transferência dos eleitores para outros partidos ou, simplesmente, para a abstenção que, curiosamente, todos os partidos, “em coro” e a cada ciclo eleitoral, dizem querer combater. No dia seguinte, tudo se mantém como antes.

Sem pluralismo, não há verdadeiramente liberdade de opinião. Sem pluralismo, não há verdadeira democracia.

No CDS, a TEM – Tendência Esperança em Movimento, corrente de opinião democrata-cristã, tem procurado contribuir para a defesa dos valores e princípios doutrinários presentes desde a sua fundação do partido, através da promoção de conferências sobre diversas temáticas.

No próximo Sábado, dia 1º de Dezembro, a TEM irá realizar no Santa Luzia Art Hotel, em Guimarães, um Jantar Conferência, no qual os conferencistas, Dr. Abel Matos Santos, Prof. Paulo Otero e Prof. Manuel Monteiro, abordarão a necessidade do combate ao discurso do “politicamente correcto”, da defesa da família e do trabalho e da descentralização do Estado. Para mais informações, consulte o sítio na Internet da organização em www.temcds.org.

A promoção do debate permite a clarificação das ideias e das posições, permite que cada pessoa possa formar individualmente a sua opinião. Pessoas informadas e cultas fazem melhores políticos, mas também cidadãos mais exigentes. Participe!

O autor escreve em português correcto, não reconhecendo o AO 1990.


Autor: Mário Cunha Reis
DM

DM

30 novembro 2018