twitter

Requalificação do ex-PEB com “derrapagem” de cerca de 1,8ME

Requalificação do ex-PEB com “derrapagem” de cerca de 1,8ME
Fotografia

Publicado em 16 de outubro de 2018, às 15:29

Forum Braga.

A requalificação do Parque de Exposições de Braga (PEB) teve uma "derrapagem" de cerca 1,8 milhões de euros justificada com "intervenções que não estavam previstas”, mas a oposição acusa a maioria PSD/CDS-PP/PPM no executivo de "má gestão". A intervenção naquela infraestrutura, denominada agora de Forum Braga, é a "primeira grande obra" do executivo liderado por Ricardo Rio, tendo sido orçamentada em oito milhões de euros, mas, segundo foi hoje revelado na reunião do executivo, a "fatura final" já conta com mais 1,8 milhões de euros. Em declarações aos jornalistas, os vereadores da oposição, Carlos Almeida (CDU) e Artur Feio (PS), salientaram que aquela derrapagem "não se justifica" e que é "inaceitável", mas a maioria justificou o valor a mais com "fatores imprevisíveis" ao longo da empreitada.
"É uma reabilitação, não é um projeto de raiz, do ponto de vista técnico não se justifica este tipo de derrapagem (…). A ver por esta primeira grande obra, (…) ainda bem que Ricardo Rio faz poucas obras", apontou o socialista Artur Feio.
Segundo aquele vereador do PS, "houve um grande processo para pensar bem a obra, teve vários momentos e o que se verifica é que o projeto é absolutamente distorcido daquilo que é a real poupança de dinheiros públicos". Do lado da CDU, Carlos Almeida referiu que é preciso "avaliar em concreto o tamanho e aquilo que justifica" o aumento do valor final da obra.
"Neste caso concreto, não há nada que a justifique, estamos a falar já em 1,5 milhões de euros a mais e a lista que nos é disponibilizada não nos permite tirar a conclusão de que eram obras imprevisíveis. Não nos parece razoável que durante o projeto e a execução não se tenham apercebido de coisas como a iluminação do auditório, são questões estruturais, não são de estética, não é correta esta forma de gestão de dinheiros públicos", afirmou.
Para o comunista "torna-se ainda mais incompreensível esta suposta imprevisibilidade dos trabalhos, quando se percebe que não só houve a elaboração de um projeto como um estudo prévio dos trabalhos a desenvolver". Em resposta, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, justificou o aumento do valor final com três "ordens de fatores", incluindo a pressa em começar a obra para não perder o financiamento europeu.
"A primeira [ordem de razão], as circunstâncias em que o projeto foi desenvolvido. Tinha havido um estudo prévio por parte de um arquiteto, que acabou por ser o que realizou a obra, depois houve o lançamento do concurso e acabou por se deparar com o problema que o vencedor do concurso não cumpriu com as sua responsabilidades e atrasou vários meses e nós estávamos pressionados pelo urgência, atendendo aos fundos comunitários", apontou.
Segundo Rio, "essa curta disponibilidade de tempo condicionou o detalhe na execução do projeto e já com a obra em execução, deparou-se com alguns aspetos que não tinham sido acautelados". A segunda "dimensão", explanou, tem a ver com a "gestão política da obra". "Dava o exemplo do grande auditório que não estava previsto que fosse substancialmente intervencionado, num determinado momento entendeu-se que seria despropositado não o fazer", referiu.
Por fim, "a obra não estava concluída quando foi aberto ao público em maio, havia a acertos que estavam a ser realizados e o facto de estar a decorrer permitiu corrigir antes do fecho algo que se teria que fazer daqui por um ano, dois anos".
"Totalizados estes três fatores, acabamos por ter estes trabalhos a mais, que não são propriamente uma derrapagem, são um agravamento do preço, é inequívoco, é matemático, mas não uma derrapagem porque estamos a falar de uma série de intervenções que não estavam previstas", defendeu o autarca.
Autor: Redação