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Ser discípulo é mais do que ser aluno. Enquanto o aluno ouve o professor, o discípulo segue o mestre. A preocupação do discípulo não é apenas reproduzir a mensagem do mestre; é também – e acima de tudo – viver a vida do mestre.
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É por isso que ao discípulo não basta falar «como» o mestre. O objectivo – e a suprema realização – do discípulo é viver «como» o seu mestre (cf. Mt 10, 25).
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Uma vez que o cristão é aquele que segue a Cristo (cf. 1Ped 2, 21), então ser cristão é ser «como» Cristo. Sucede que este «como», mais do que comparativo, é visceralmente causal.
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Para o cristão, Cristo é mais do que uma referência. Para o cristão, Cristo é «a» essência: a essência da sua existência.
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O cristão não olha para Cristo como facultativo, mas como imperativo. «Como» Cristo foi, assim deve ser o cristão (cf. Jo 13, 15).
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Na sua identificação com Cristo, o cristão encontra três prioridades: «servir», «amar» e «unir». Deste modo, a chave da identidade cristã consiste em ser triplamente «como» Cristo: em servir «como» Cristo, em amar «como» Cristo e em unir «como» Cristo.
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O serviço, o amor e a unidade foram sempre fundamentais para Cristo. Como não haveriam de ser prioritários para o cristão? Cristo apresenta-Se como aquele que serve, como aquele que ama e como aquele que une. Que pode fazer o cristão senão servir, amar e unir? As vivências de Cristo têm de ser urgências para o cristão.
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O que Cristo diz de Si é o que propõe ao cristão. «Como» Cristo veio para servir (cf. Mt 20, 28), também o cristão é chamado a ser servidor (cf. Mt 20, 27).
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«Como» Cristo amou, também o cristão deve amar (cf. Jo 15, 12; 13, 34). E «como» Cristo está unido ao Pai e ao Espírito Santo, também os cristãos hão-de estar unidos entre si (cf. Jo 17, 21). Só assim será perfeita a unidade em cada comunidade (cf. Jo 17, 23).
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O preceito eucarístico (cf. 1Cor 11, 24) e o mandato missionário (cf. Mc 16, 15) visam precisamente manter a perenidade do serviço, do amor e da unidade. Os cristãos fazem memória de Cristo e vão pelo mundo em nome de Cristo para a todos servir, para a todos amar e para todos unir. Haverá missão mais bela?
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira