twitter

Ponto por ponto

Não prevejo bom futuro para Rui Rio, como líder inquestionável do PSD. Não acredito na sua capacidade mobilizadora para o partido vencer as legislativas de 2019. O facto de Rui Rio ter sido um excelente presidente da CMPorto não chegará para se afirmar na política nacional. Como autarca, rezam as crónicas, fez trabalho sério e competente. As três maiorias absolutas que obteve são os melhores indicadores e os melhores testemunhos da sua eficácia. Uma coisa é ser autarca, outra coisa é liderar um partido para administrar um país. 1 – Rui Rio, no período difícil do resgate financeiro, não mostrou solidariedade para com o Governo de Passos Coelho. Esteve muito calado e demasiado ausente, perante as ofensivas de uma oposição amnésica e irresponsável que tinha levado os portugueses ao desespero. Mostrou-se crítico ou distante do esforço despendido e dos sacrifícios exigidos pelos credores. Já tinha na mira, um dia, ser líder do partido. Por isso, era mais fácil não se misturar com a medonha austeridade que foi necessária incrementar para salvar o país. Sim, salvar Portugal do terceiro resgate. Esta é a verdade! Muito calculismo da sua parte. Rui Rio parece um político desligado da realidade de um país, que aguentou todas as malfeitorias impostas do exterior e onde a pobreza abunda e incultura ainda mais. Um país sem massa crítica e sem capitais para investir. 2 – Sinceramente, não gostei de o ver a prestar vassalagem ao dr. Costa. E logo a seguir à sua vitória. Achei uma cena ridícula e perfeitamente fora do contexto político a sua visita ao Palácio de São Bento. Foi um beija-mão bem encenado. Não é com esta postura que se faz oposição. O país precisa de ter um líder acutilante e frontal para ajudar a construir um outro modelo de sociedade que passe muito pelo empreendedorismo e pelo investimento privado. Pela livre iniciativa e por uma carga fiscal justa e equilibrada. Ora, entregar-se de mão beijada a um líder que teve a desfaçatez de “roubar” o poder a quem o ganhou eleitoralmente, não é bom sinal, nem melhor recomendação. Foi uma atitude precipitada. Um bom político tem que ser ponderado, inteligente e audaz. 3 – Não é com atitudes de confronto aberto entre os pares que o PSD resolverá os seus problemas de coesão, de liderança e de credibilidade. Não gostei de ver o deputado Hugo Soares a ser removido do cargo de líder parlamentar por ser o eleito de Passos Coelho. Foi péssimo para o partido tentar liquidar um jovem político com valor e com garra. Hugo Soares merecia uma nova oportunidade para mostrar a sua valia. É um político determinado e foi, como líder parlamentar, capaz de enfrentar situações muito quentes ou que requeressem uma habilidade acrescida. 4 – Passos Coelho rescindiu o “contrato” de deputado com a Assembleia da República. Foi pena, porque é um político de eleição, um estadista e um homem sério. Ficará na história como o político que resgatou o país da bancarrota. Tomou medidas impopulares e duras. É verdade! Sem margem para dúvidas. Não havia outra maneira de resolver tamanha encrenca. Só para lembrar: passou o défice público de 11,2% para 2,98%. Um feito notável! Herdou uma economia em recessão (-3,2%) e deixou-a a crescer 1,8% positivos. A taxa de desemprego caiu a pique e começou a pagar dívida. O Estado Social funcionou em pleno. Não congelou o investimento público. Depois de tanta austeridade e fortemente atacado por uma oposição cega e oportunista foi a eleições e ganhou-as. E ganhou a um líder socialista que tinha tudo para lhe dar uma banhada. Mas, o perdedor desesperado congeminou um golpe democrático para ter o poder. 5 – A cegueira ideológica de uma esquerda abananada reapareceu para atacar a contratação de Passos Coelho para professor no ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – por não ser doutorado. É verdade que Passos Coelho não é doutorado. Foi convidado por um Instituto Público para leccionar, para pôr em prática a sua experiência e os seus saberes. As redes sociais fartaram-se de o atacar. As mesmas redes sociais e outros detractores esqueceram-se que houve outros políticos não doutorados que são agora professores ou que já deram aulas no passado recente. Vamos só dar alguns exemplos para clarificar esta situação lamentável: António José Seguro, Luís Amado, Oliveira Martins, Vítor Constâncio e ainda tantos outros e de todos os partidos. Mas, a cegueira ideológica ou a vingança mesquinha virou-se só para um lado. É triste!
Autor: Armindo Oliveira
DM

DM

21 março 2018