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Contradições e fantasias cor-de-rosa!

A comunicação social tem propalado a descida do número de desempregados, cifrado em 8% da população ativa, distribuída pelo desemprego prolongado, subemprego ou pela procura no mercado de trabalho por parte de população mais jovem que pretende iniciar uma atividade profissional.

Esta percentagem, a mais recente noticiada nos meios de comunicação, tem suscitado controvérsia e enquadra-se num cenário duvidoso por ausência de cidadãos não inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), da soma exata dos trabalhadores na rota da emigração e dos inativos desencorajados a exerceram outras funções fora do contexto da contagem numérica e que optaram por outra via liberal capacitada de sustentabilidade económica e social.

O Governo socialista, ao longo dos tempos, tem utilizado o marketing político para induzir nos cidadãos uma imagem de um Portugal das mil maravilhas, mesmo quando a crise nos persegue e nos massacra com os erros políticos dos governantes.

Foi assim com António Guterres, com José Sócrates e agora com António Costa, três alunos do mesmo curso e da mesma escola de aprendizagem nestas andanças utópicas, distraindo os portugueses com o charme das boas novas, prometendo um caminho abastado, de alívio fiscal e uma melhor qualidade de vida, coisa que o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho negou à população portuguesa para servir os interesses dos agentes económicos da “troika”.

Obviamente, Passos Coelho não deixa saudades, deseja-se que ele tenha um descanso prolongado, que faça um exame de consciência sobre os erros estratégicos e sobre a austeridade agressiva e severamente injusta que aplicou no país, privilegiando o sistema financeiro em detrimento da reforma do Estado.

Também as muletas do governo “gerigonça”, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, acérrimos adversários na legislatura laranja, acomodam-se como “atores” do mutismo sobre a nulidade da dinâmica governativa, que pouco ou nada ainda fez de acordo com as promessas traçadas no seu programa eleitoral.

Em 2015, Portugal tinha uma taxa aproximada de 28,1% de desempregados, em 2017 uma taxa corrente de 17,5%, colmatando no final do ano em 8,9%. Isto é, recuperou-se em pouco mais de quatro anos 286 mil postos de trabalho, prevalecendo a visão de que somente 400 mil portugueses ainda não foram contemplados com a atribuição de um emprego.

Estes valores surreais, anunciados oficialmente na praça pública, porquanto é conhecido um espectro de insolvência empresarial detentora de elevado número de recursos humanos lançados para o desemprego, esboça contradição e desconfiança ou pretende tratar mal os neurónios dos portugueses na indução de uma ideia fértil de falsidade de que, em pouco mais de dois meses, sem qualquer época sazonal de cativação de emprego temporário, surgiu uma quebra abrupta e inexplicável do desemprego em território nacional para 8%.

É tempo de acabar com as histórias da carochinha e delinear uma informação responsável, transparente e verdadeiramente centrada numa análise credível para que os cidadãos não caiam no engodo que o mercado do emprego nacional corre sobre rodas e que o elevado número de portugueses desempregados já faz parte da história.

Depreende-se que estamos num regime repleto de boas intenções, mas sucessivamente adiadas, urgindo dar sinais de confiança acreditada e certificada sem artimanhas de propaganda política.


Autor: Albino Gonçalves
DM

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5 março 2018