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Do outro lado da linha!

Nalguns lugares das freguesias, tal como nas ruas das vilas e cidades, tudo aparece iluminado, é grande a azáfama nas compras… nos presentes enfeitados com laços bonitos e vistosos, mesmo quando o conteúdo seja de valor insignificante. Sim, porque nestas coisas conta apenas a intenção de tornar alguém feliz, geralmente crianças e idosos. Alguém escreveu um dia que «é sempre assim no Natal: muita luz, calor, alvoroço, riso, gestos, prendas. Muito tudo. Uma espécie de consciência universal, um suspiro por quem nada tem. Recordações e gente só. Os múltiplos rostos e nomes da solidão parecem, nesse dia, mais concretos e frios. O espaço de quem tantas vezes esteve, mas não está à mesa, parece maior. O luto do coração não deixa que os olhos se iluminem, consente-lhes a alegria exterior». Mas será que neste período festivo podemos ou devemos ignorar a realidade? O desemprego, a precariedade no trabalho, os fragmentos de família, os corações desfeitos, a solidão, a doença, não continuam presentes na vida? Na verdade, temos de estar conscientes da realidade e se possível, colaborar e incentivar os políticos para esses desafios. Do outro lado da linha sugere um olhar em redor, numa atitude contemplativa, perante a iluminação no centro da povoação, onde afinal reside a maioria da população… certamente um argumento capaz de fundamentar qualquer diferença. Vamos acreditar que ELE veio por todos nós, vamos acreditar que um dia os homens irão compreender a sua mensagem e teremos maior justiça social, amor ao próximo, solidariedade e paz. Que as iluminações de Natal, também elas sejam para todos, um sinal de alegria… de convívio nas famílias e nos lares, de risos e de prendas, de festa, porque o Natal é sobretudo um verdadeiro Hino à vida e ao Amor.
Autor: J. Carlos Queiroz
DM

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14 dezembro 2017