O desassossego e desilusão desta pobre gente vai continuar. Até quando?
A colocação dos professores foi sucessivamente adiada. Para eles, uma espera dolorosa e lesiva. Nos gabinetes dos ministérios trabalha-se, acredito, mas em vão, porque ninguém sabe nada sobre nada. Trabalho inútil, no vazio, de cá para lá e de lá para cá.
Finalmente fixa-se a data: até à meia-noite de segunda-feira, 20 de Setembro, todos os lugares estarão preenchidos… na Internet. Quem a tem, alegra-se, quem a não tem, pede-a e junta-se aos da posse. As casas tornam-se pequenas. Acampa-se, até, na banheira.
Entretanto, ouve-se o debate televisivo. A sra. ministra está lá, relativamente sossegada, sorridente, confiante.
À meia-noite e uns segundos, manda carregar nos botões. Abrem-se os portais. Tudo corre para o computador. Uns conseguem entrar, outros não. Não cabem todos no portal, apertam-se, empurram-se, são derrubados e calcados, espezinhados pelos passantes e, no chão, gemem de dor.
O debate televisivo acaba. A sra. ministra vai para casa, abre o portal e consegue entrar. Horrorizada, grita:
– Mas o que é isto? Apaguem tudo! Está tudo errado!
Os portais fecham-se e as luzes apagam-se, as imagens desaparecem. Regressam aos gabinetes para o conserto.
O desassossego e desilusão desta pobre gente vai continuar. Até quando?